Anitta surgiu e se estabeleceu no mercado musical de forma muito rápida, num período em que quase nenhum outro artista novato alcançou sucesso no Brasil. Com pouca concorrência e um trabalho que trazia um inovador funk com roupagens pop, em menos de um ano a cantora logo se consolidou como fenômeno midiático e musical.
Nesse período, até mesmo quem não havia ouvido o primeiro single da cantora, “Show das Poderosas”, já tinha visto alguma citação ou imagem da cantora por aí. Com essa exposição massiva, Anitta deixou o subúrbio carioca e viu sua carreira deslanchar. Só nas rádios, cinco músicas de seu primeiro disco foram bem tocadas. Em alguns momentos, as faixas figuraram no Top 100 simultaneamente. Caso raro no Brasil para um artista iniciante, que costuma ficar marcado por um ou dois hits no primeiro trabalho.
“Eu amo brincar com essa coisa do hit: escrever uma música, produzi-la, apostar nos sucessos, receber o feedback do público e das rádios. Essa é, na minha visão, a grande graça do meu trabalho. Felizmente tenho a sorte de ter uma equipe em sintonia comigo, dando asas às minhas ideias”, comenta Anitta. O feito, claro, despertou o interesse do mercado para esse funk mais estilizado e, em seguida, outros artistas com propostas similares apareceram ou se reinventaram – caso de Valesca Popozuda e seu hit “Beijinho no Ombro”.
“Esse resultado que alcancei (em um ano e meio de trabalho) é o dobro do que esperávamos. Com relação à execução em rádio, depois que eu e minha equipe conseguimos conquistar números antes encarados como ‘impossíveis’ ou ‘improváveis’ para alguém que começou tão de baixo como eu, acredito que outros artistas também se motivaram a profissionalizar e inovar seu trabalho no funk”, avalia Anitta.
Essa trajetória meteórica fez com que todas as estruturas envolvendo Anitta crescessem rapidamente. Não à toa, seu primeiro DVD, gravado em fevereiro no HSBC Arena, no Rio, conta uma produção digna de astros internacionais. Dirigido, o projeto, gravado em dois dias, reúne 19 músicas em 1h20 de show. A apresentação foi dividida em três fases: inferno, uma parte lúdica inspirada no cineasta/ilusionista francês Georges Méliès, e, por fim, o céu. O rapper Projota faz participação nas inéditas Cobertor e Mulher.
Mas e como levar essa mega produção presente no DVD para a turnê, já que as casas que recebem shows de funk contam com estruturas menores? “Em algumas ocasiões, a estrutura aumenta muito. A equipe fica realmente muito grande e eu adoro o clima de bastidores de uma superprodução, como aconteceu, por exemplo, na gravação do DVD. Sempre sonhei em montar grandes espetáculos, prestar atenção em cada detalhe? Mas em alguns lugares não será possível levar todos os itens de produção do DVD. Porém, vamos manter a essência e adaptar os elementos cenográficos. Não deixarei de fazer apresentações onde não há estrutura para a cenografia do DVD. E também adoro me apresentar em espaços menores e mais intimistas, nos quais posso ter contato direto com os fãs”, analisa Anitta.
ZEN NA VIDA DIGITAL
Os fãs fiéis formam a base que sustenta a carreira de Anitta não só nos palcos e nas rádios mas também na esfera digital – onde o funk tem muita força. Cantora que é referência para um público basicamente feminino e GLS, Anitta tem um exército de fieis seguidores no Facebook (quase 10 milhões de likes), Twitter (700 mil seguidores) e Youtube, onde seus vídeos alcançam a relevante marca de 3 milhões ou mais de visualizações em uma semana (o clipe de “Cobertor”, lançado no início de junho, é um exemplo que sustenta essa tese). Todo esse sucesso garantiu a Anitta contratos publicitários relevantes e até mesmo a oportunidade de se aventurar como apresentadora de TV (“Sai do Chão”). “Conquistei parcerias bem sucedidas na área publicitária que se preocupam em explorar não só minha imagem, mas também minha música, dando suporte para a gravação de canções, clipes e DVDs. Por outro lado, participar do comercial dos preservativos Olla, por exemplo, foi uma das melhores atitudes da minha carreira. Trata-se de um produto importante para a juventude por prevenir doenças sexualmente transmissíveis”, analisa.
Mas se por um lado Anitta é um fenômeno na rede, ela também causa muita rejeição. Levantamento feito através de hashtags do Twitter mostra que a cantora sofre bullying pesado diariamente. Principalmente após as cirurgias plásticas que realizou no nariz para resolver problemas de respiração.
Mas a cantora, que surgiu na internet, não se preocupa nem um pouco. “Eu nasci na internet, esse ambiente eu conheço bem. Sei usá-la da forma certa para medir essas coisas. Nem tudo que é escrito pode ser levado tão a sério. Acaba não sendo um mundo muito real, porque você pode criar histórias ou coisas que não existem de fato, incluindo críticas e elogios. A melhor forma de ‘medir seu tamanho’ na internet é acompanhar os números, pois estes, sim, são fatos reais. E, claro, troco muitas ideias com meus fãs pelas redes. Sempre pesquiso junto a eles a aceitação de cada trabalho que lanço. Crio chats com vídeos. Eu mesma respondo tudo. Então, é aquilo: uso essa mídia para o bem e recolho somente os bons resultados”, comenta.
Fonte: Portal Sucesso