Carlos Alberto Parreira já viveu os dois lados da moeda. Campeão do mundo em 1994 e eliminado em 2006, o atual coordenador técnico da seleção brasileira garante, com a experiência conquistada, que o Brasil é o favorito na Copa do Mundo e qualquer adversário terá dificuldade para vencer a equipe em casa.
O principal motivo por trás da confiança de Parreira para se chegar ao hexa, ainda que reconheça o talento e a importância de Neymar, está fora de campo: o ambiente criado pela torcida a favor da seleção durante a conquista do título da Copa das Confederações de 2013.
"Se esse clima se repetir vai ser maravilhoso, e diria que vai ser difícil ganhar da gente. Vai ter que jogar muito. Ninguém é invencível, mas vai ter que jogar muito para ganhar da gente", disse o veterano de oito Copas do Mundo, em entrevista à Reuters após treino do Brasil sob chuva na Granja Comary, em Teresópolis (RJ), nesta terça-feira.
"Por nós sermos campeões do mundo, a seleção que mais ganhou títulos, por jogar em casa, nós somos favoritos e temos tudo para ganhar. Temos time, temos condições, temos tudo para ganhar, não tenho a menor dúvida disso", acrescentou.
Parreira, de 71 anos, conhece o ambiente da seleção brasileira em Copas desde 1970, quando era preparador físico do time que conquistou o tricampeonato mundial no México. Viveu sue auge na Copa de 1994, nos EUA, quando levou o país a encerrar um jejum de 24 anos.
Fatos tristes, no entanto, também fazem parte de sua história pelo Brasil em Mundiais. A principal delas foi a derrota para a França nas quartas-de-final do Mundial de 2006, quando o Brasil era apontado por todos como o superfavorito, após ter vencido a Copa América de 2004 e a Copa das Confederações de 2005.
O favoritismo de 2006 era um fator que partiu inicialmente de for a da equipe. Astros como Ronaldo, Kaká, Ronaldinho e Adriano eram admirados no mundo inteiro e vistos como imbatíveis. Dessa vez, ao contrário, a comissão técnica do Brasil liderada por Luiz Felipe Scolari decidiu apostar num discurso de autoconfiança para o Mundial, afirmando que nenhum torcedor aceitaria uma postura diferente numa Copa do Mundo em casa.
O que começou como uma estratégia fora de campo ganhou corpo dentro das quatro linhas durante a Copa das Confederações do ano passado, torneio conquistado pelo Brasil com uma vitória incontestável por 3 x 0 sobre a atual campeã mundial Espanha na decisão, no Maracanã.
Fonte: Reuters