Oitenta por cento dos brasileiros e 64 por cento dos mexicanos temem sofrer torturas caso sejam detidos, de acordo com uma pesquisa publicada nesta terça-feira pela organização de direitos humanos Anistia Internacional, que mostrou que quase a metade do mundo tem medo de sofrer maus-tratos sob custódia.
“Embora os governos tenham proibido por lei essa prática desumana e reconheçam o descontentamento global por sua existência, vários deles torturam ou facilitam sua prática”, disse a Anistia em um novo relatório.
Das mais de 21 mil pessoas consultadas em 21 países pela GlobeScan em nome da Anistia, 44 por cento disseram que não se sentiriam a salvo da tortura se fossem presos em seus países de origem.
Quatro a cada cinco pessoas queriam leis claras para evitar a tortura e 60 por cento apoiavam, em geral, a ideia de que a tortura não é justificada em nenhuma circunstância, embora uma maioria dos consultados na China e na Índia acreditem que certas ocasiões possam justificar seu uso.
A Anistia disse que 155 países ratificaram a Convenção das Nações Unidas Contra a Tortura, que existe há 30 anos, mas muitos governos “traem suas responsabilidades”.
A entidade disse ter recebido relatos de tortura em mais de 140 países, e ofereceu exemplos que incluem México e Nigéria até a Ucrânia.
Em agosto de 2012, comandos mexicanos invadiram a casa de Claudia Medina em Veracruz e a levaram para uma base naval onde ela foi submetida a cargas de eletricidade, foi obrigada a inalar gás de pimenta e envolta em plástico para receber uma surra, segundo Medina.
Ela negou a acusação de fazer parte de uma quadrilha, mas foi obrigada a assinar uma confissão que nem sequer teve a chance de ler.
Fonte: Reuters