O Ministério de Minas Energia rebateu nesta terça-feira analistas e consultorias que já apontam para a necessidade de racionamento de energia no Brasil, ao estimar que o risco de um déficit de energia no país em 2014 é seis vezes menor do que na época do racionamento de 2001.
"A diferença de um período para o outro é da água para o vinho... É uma diferença de mais de seis vezes em maio de 2001", disse o secretário-executivo da pasta, Márcio Zimmermann, durante o evento Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico (Enase).
Ele antecipou informações que serão apresentadas na reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) que ocorre em Brasília, na quarta-feira.
Segundo Zimmermann, o governo federal não vê necessidade de racionamento de energia elétrica neste e no próximo ano, conforme sinalizam os dados fechados ao final do período úmido, terminado em abril. Ele acrescentou a jornalistas que o governo federal também não vê necessidade de aplicar medidas de racionalização do consumo de energia.
No mesmo evento, porém, o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp, disse que o modelo matemático de projeções do setor elétrico brasileiro indica um risco de déficit de energia da ordem de 5 por cento em 2014.
Apesar disso, Chipp disse que a operação do sistema está sob controle e que o ONS não indicará na reunião do CMSE necessidade de nenhuma medida.
O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, por sua vez, afirmou que o governo federal "não vai pestanejar" caso seja necessário racionalização ou racionamento de energia. Mas ele também considera que não é o momento de tomar qualquer medida.
O governo federal ainda considera que o racionamento ou a racionalização de energia não são necessários mesmo depois de terminado o período úmido, quando os reservatórios das hidrelétricas do país têm que ser abastecidos para assegurar o fornecimento de energia no restante do ano.
A estação chuvosa 2013/2014 terminou em abril e foi extremamente seca pelo segundo ano consecutivo, o que ajudou a elevar o preço de energia de curto prazo pelo forte acionamento de termelétricas e tem causado preocupações entre agentes do setor.
Fonte: Reuters