A convocação de Luiz Felipe Scolari para a Copa do Mundo deve confirmar um fato raro nas participações do Brasil em Mundiais: os jogadores da defesa, formados na Europa, são quase unanimidade entre a torcida.
Poucos são os que contestam os zagueiros David Luiz e Thiago Silva, os laterais Marcelo e Daniel Alves e o volante Luiz Gustavo. Pelo contrário, os homens responsáveis por impedir que adversários ameacem o gol do Brasil são considerados um dos pontos altos do time.
"A grande surpresa do Brasil atual é que nós temos, do meio de campo para trás, muito mais segurança, muito mais confiança do que do meio de campo para frente", disse Pelé em entrevista no fim do ano passado.
"Hoje não temos mais essa gama toda (de atacantes)... É a primeira vez que a base está na defesa. Hoje temos uma seleção muito forte do meio para trás. Nesse time o melhor é a defesa."
A única ressalva seria o goleiro Julio Cesar, contratado pelo Toronto FC este ano, após longo período de inatividade no futebol inglês. Ainda assim, o jogador teve bom desempenho na disputa da Copa das Confederações do ano passado, quando o Brasil teve a melhor defesa da competição.
Talvez um dos motivos para a defesa da seleção ser apontada como uma das mais sólidas entre as 32 equipes que vão disputar o Mundial seja o fato de ter sido "formada" na Europa, onde a marcação é mais valorizada do que no futebol brasileiro.
Dos cinco atletas que compõem a provável defesa titular de Felipão, Thiago Silva é o que deixou o país com mais idade rumo ao futebol europeu. Saiu em definitivo aos 24 anos, depois de três temporadas no Fluminense. Antes, já havia passado pela Europa em experiências mal-sucedidas no Porto e no Dynamo Moscou.
O zagueiro do Paris St. Germain, considerado um dos melhores do mundo e já na sexta temporada seguida na Europa, também é o único da defesa brasileira identificado como ídolo de um clube no Brasil.
Fonte: Reuters