O ministro da Fazenda, Guido Mantega, reduziu nesta segunda-feira a previsão de crescimento da economia brasileira para 2,3 por cento neste ano, o mesmo resultado visto em 2013 e menor do que a estimativa do Orçamento deste ano, de expansão de 2,5 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2014.
Mantega falou sobre o número durante sua apresentação em evento em São Paulo. Em seguida, ao ser questionado por jornalistas se havia revisado o dado, o ministro respondeu: "Não, é uma previsão e uma previsão não é precisa. É algo como 2,3 (por cento) e 2,5 (por cento). Vamos revendo esse número à medida que tivermos resultados concretos", disse.
Apesar da redução, a projeção do governo ainda é mais otimista do que o do mercado. Segundo pesquisa Focus do Banco Central, a perspectiva dos economistas consultados é de que o PIB crescerá 1,65 por cento neste ano.
A economia brasileira tem enfrentado dificuldade para acelerar o crescimento diante da incerteza da economia internacional e desconfiança dos agentes econômicos com a condução da política econômica.
Para o ministro, o PIB poderia crescer mais de 3 por cento caso não houvesse restrições de crédito no país. Os empréstimos estão mais caros com a atual política monetária, que já elevou a Selic em 3,75 pontos percentuais desde abril passado, para o atual patamar de 11 por cento ao ano.
Por outro lado, acrescentou, o governo não está mais estimulando o consumo e que está retirando os estímulos que já existem. Mas afirmou que governo está trabalhando para viabilizar aumentos nas exportações do setor automotivo à Argentina, sem dar mais detalhes.
Mantega disse que o Brasil está preparado para lidar com a atual recuperação econômica global, mas acrescentou que ela ocorre lentamente. Para ele, no entanto, os países emergentes vão crescer mais rápido do que a maioria do que os desenvolvidos.
O ministro voltou a dizer que a meta de inflação --de 4,5 por cento pelo IPCA, com margem de 2 pontos percentuais para mais ou menos-- será cumprida neste e nos próximos anos, e que o Banco Central tem autonomia para lidar com a política monetária.
Fonte: Reuters