Após subir quase 10 por cento e bater recorde em 2013, a produção de veículos no Brasil deve avançar apenas 0,7 por cento em 2014, segundo a associação das montadoras, Anfavea, na esteira da primeira contração anual de vendas em uma década.
Essa perspectiva tem como pano de fundo um cenário mais adverso, com o fim da alíquota reduzida do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis, aumento dos juros do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), que facilita a compra de bens de capital como caminhões, e pressão das siderúrgicas por ajustes no preço do aço.
Apesar disso, o presidente da entidade, Luiz Moan, atribuiu a previsão menor de crescimento da produção à menor quantidade de dias úteis em ano de Copa do Mundo, e argumentou que as montadoras que construirão novas fábricas no país contarão com cotas de importação "bastante significativas", o que contribuirá para o menor avanço da produção doméstica.
Em 2013, a produção de veículos no país subiu 9,9 por cento, a 3,74 milhões de unidades, enquanto as vendas caíram 0,9 por cento, a 3,77 milhões de unidades, na primeira queda anual desde 2003.
Segundo Moan, a queda nas vendas foi explicada em parte pela menor oferta dos bancos para financiamento automotivo.
"Parte da queda se deve à seletividade (sobre concessão) do crédito", acrescentou. "Tenho convicção que em 2014 o estoque de crédito vai aumentar entre 4 e 5 por cento, estimulando nossa atividade", disse Moan a jornalistas nesta terça-feira.
Segundo a Anfavea, a disparidade entre produção e vendas no mercado interno foi compensada pelo aumento de 26,5 por cento das exportações, para 445,2 mil unidades.
Agora, o ritmo de fabricação e venda de veículos deve se alinhar em 2014.
Por outro lado, as vendas devem voltar a crescer, com a liberação de crédito para financiamento de veículos. A expectativa da Anfavea é que haja um aumento de 1,1 por cento nos licenciamentos em 2014.
Fonte: Reuters