A Embraer fechou a venda de ao menos 60 aviões para a American Airlines (AA), no que deve ser a última grande encomenda de jatos regionais no atual ciclo de renovação de frota por companhias aéreas norte-americanas, que teve a fabricante brasileira como protagonista.
A preços de tabela, o pedido firme da AA à Embraer é estimado em 2,5 bilhões de dólares, mas analistas alertaram para descontos expressivos que podem ter sido oferecidos à cliente dos Estados Unidos. O acordo entre as duas empresas envolve também opções de compra para outras 90 unidades do mesmo modelo E175, configurado para 76 passageiros.
As ações da Embraer na bolsa paulista, que chegaram a disparar mais de 6 por cento logo após o anúncio do negócio na manhã desta quinta-feira, terminaram o dia valorizadas em 0,34 por cento, a 17,75 reais. O Ibovespa, que reúne as principais ações brasileiras, teve oscilação positiva de 0,11 por cento.
A equipe do banco Itaú BBA liderada pelo analista Renato Salomone estima que a encomenda firme da AA à fabricante brasileira é de 1,5 bilhão de dólares, considerando preços similares aos estimados pela casa nos últimos negócios do setor de aviação regional nos EUA.
O analista Stephen Trent, da Citi Research, também acredita em descontos expressivos. Entre outras razões, ele lembra que a AA já encomendou indiretamente 47 aviões E175 à Embraer via Republic Airways mais cedo neste ano.
Para o banco BTG Pactual, o desconto de preço nas grandes encomendas e o aumento da relevância do E175 na composição das entregas de jatos da Embraer devem pesar sobre as margens do segmento de aviação comercial da empresa no curto prazo.
O E175 tem valor unitário inferior ao E190, de 100 passageiros, que nos últimos anos respondeu pela maioria das entregas da Embraer na aviação comercial.
Procurada, a Embraer disse que não comenta sua política de preços para clientes específicos e divulga apenas os preços de tabela de seu portfólio de produtos.
Fonte: Reuters