A endividada petroleira OGX, do empresário Eike Batista, ficará sem recursos na última semana de dezembro se não conseguir levantar dinheiro novo, conforme informações do plano de reestruturação aos detentores de bônus que fracassou.
O documento, disponibilizado no site de Relações com Investidores da OGX nesta terça-feira, informou ainda que a empresa precisa de 250 milhões de dólares para suas necessidades de liquidez até abril de 2014, seja via nova dívida ou aumento de capital.
A empresa tinha 82 milhões de dólares em disponibilidades no fim de setembro e seus assessores financeiros na negociação com os credores externos --Blackstone e Lazard-- estimam desembolsos de 89 milhões de dólares apenas a fornecedores até o fim do ano, considerando somente pagamentos críticos a prestadores de serviço no campo de Tubarão Martelo, na Bacia de Campos.
A expectativa é que Tubarão Martelo inicie produção em meados de novembro, com vendas do petróleo do campo em janeiro.
O valor atribuído à toda OGX, pelo plano, é de 2,7 bilhões de dólares --principalmente composto pelo valor presente líquido de Tubarão Martelo (1,4 bilhão de dólares) e do campo Atlanta (1,1 bilhão de dólares).
Num cenário sem a venda de ativos de gás da OGX no Maranhão e sem a conclusão de um investimento da malaia Petronas na petroleira de Eike, os detentores de bônus perdoariam parte relevante da dívida e converteriam o saldo em ações da OGX, ficando com entre 42 e 57 por cento de participação na companhia.
O percentual da empresa que ficaria nas mãos dos credores externos dependeria do acerto da OGX com a empresa de construção naval OSX, também de Eike, relacionado às plataformas construídas para a petroleira. A OSX ficaria com entre 14 e 30 por cento da OGX.
Mais cedo nesta terça, a OGX informou que concluiu conversas com detentores de 3,6 bilhões de dólares em bônus da empresa com vencimento em 2018 e 2022 sem obter um acordo para reestruturar a dívida.
A OGX se prepara para entrar com pedido de recuperação judicial ainda nesta semana, disseram três fontes com conhecimento da situação à Reuters na segunda-feira.
Fonte: Reuters