Depois de semanas de disputa diplomática, Estados Unidos e Rússia disseram nesta quinta-feira que chegaram a um acordo sobre uma resolução do Conselho de Segurança da ONU que pretende retirar armas químicas da Síria.
A embaixadora dos EUA na Organização das Nações Unidas, Samantha Power, afirmou no Twitter que um acordo foi fechado com a Rússia para "obrigar legalmente" a Síria a desistir de seu arsenal químico e que a medida irá ao Conselho de Segurança nesta quinta-feira à noite.
O chanceler russo, Sergei Lavrov, disse que Moscou havia chegado a um entendimento com Washington sobre a resolução de armas químicas.
Os ministros de Relações Exteriores dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas - Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, Rússia e China - se reuniram durante o almoço com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, de acordo com fontes anônimas.
EUA e Rússia definiram preliminarmente neste mês as bases de um acordo que colocaria o arsenal químico sob controle internacional e pouparia o regime de Bashar al-Assad de sofrer uma ação militar norte-americana em retaliação ao uso de armas químicas contra civis.
Desde então, a negociação passou para o âmbito dos cinco membros permanentes do Conselho. A Rússia, a princípio, se mostrou resistente a qualquer resolução que evocasse o artigo 7º da Carta da ONU, que abriria espaço para sanções e ações militares contra o governo do seu aliado Assad.
Um diplomata ocidental que teve acesso ao esboço mais recente, antes do almoço com Ban, disse que a única referência ao artigo 7º vinha no fim: a ameaça de "impor medidas" amparadas por essa cláusula em caso de descumprimento. Para que a ameaça fosse levada a cabo, no entanto, seria necessária uma segunda resolução.
Em dois anos em meio de guerra civil na Síria, a Rússia usou repetidamente seu poder de veto, com ajuda da China, para impedir qualquer tipo de sanção a Assad.
Fonte: Folha.com