A guerra civil na Síria deve dominar a reunião anual da Assembleia-Geral da ONU, nesta semana em Nova York, mas várias outras crises também pairam sobre o evento, como a indignação internacional pelos programas de espionagem dos EUA.
Há também a expectativa de boas notícias. Muitos dos 193 países da ONU estão à procura de sinais de degelo nas relações entre Irã e EUA, arqui-inimigos há mais de 30 anos.
Autoridades norte-americanas dizem que é possível um encontro do presidente Barack Obama com seu recém-empossado homólogo iraniano, o centrista Hassan Rouhani.
Chefes de governo dos dois países não mantêm contatos diretos desde antes da Revolução Islâmica iraniana de 1979, e as relações haviam piorado ainda mais nos últimos anos, durante a presidência do radical Mahmoud Ahmadinejad.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que o principal item da pauta da Assembleia será a guerra civil da Síria, que começou há dois anos e meio e, segundo a ONU, já matou mais de 100 mil pessoas e deixou milhões de refugiados.
Não há expectativa de nenhuma solução para a crise nesta semana, mas é possível que o Conselho de Segurança aprove um acordo definido preliminarmente por Rússia e EUA, prevendo a eliminação do arsenal químico sírio.
"A Síria é o maior desafio à paz, à segurança e humanitário que enfrentamos", disse Ban a jornalistas na semana passada. "Sejamos claros -- o uso de armas químicas na Síria é apenas a ponta do iceberg. O sofrimento na Síria tem de acabar."
A resolução a ser discutida pelo Conselho de Segurança prevê a neutralização do arsenal químico sírio até junho de 2014, para evitar bombardeios aéreos norte-americanos ao país.
Fonte: Reuters