O presidente dos EUA, Barack Obama, disse nesta sexta-feira, 30, que considera uma ação militar "limitada" e de curto prazo contra a Síria para punir o regime de Bashar Assad pelo ataque com armas químicas que provocou a morte de 1.429 pessoas na periferia de Damasco no dia 21 de agosto.
Obama observou que gostaria de iniciar a ofensiva com o apoio da comunidade internacional, mas que há uma "incapacidade" do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) de reagir ao que classificou de "clara violação das normas internacionais".
Ressaltando que ainda não tomou uma decisão final sobre a ação, Obama afirmou temer uma situação de paralisia global, na qual "alguma coisa tem que ser feita, mas ninguém quer fazê-la". O presidente ressaltou que não haverá tropas americanas em solo sírio e que a operação terá prazo para acabar. No início da semana, ele já havia observado que a operação não teria por objetivo derrubar o regime de Assad ou intervir na guerra civil iniciada há dois anos e cinco meses.
Em declarações na Casa Branca, o presidente reafirmou que o uso de armas químicas pelo regime de Assad viola a legislação internacional e é uma ameaça à segurança nacional dos Estados Unidos e aos aliados do país na região. "Esse tipo de ação é um desafio para o mundo e não podemos aceitá-la", declarou.
Segundo ele, a falta de resposta mandará um sinal para o mundo de que normas internacionais "não significam nada."
Qualquer tentativa de aprovar medidas contra a Síria no Conselho de Segurança da ONU é barrada pela Rússia, um dos principais aliados do regime de Assad, e a China, que resiste a medidas de intervenção em assuntos internos de outros países.
Obama sofreu um forte revés quinta-feira 29 na tentativa de construir uma base de apoio internacional à ofensiva militar, com a decisão do Parlamento britânico de negar autorização ao governo para agir contra a Síria.
Fonte: Estadão