Forças de segurança esvaziaram uma mesquita no Cairo depois de uma luta armada com seguidores da Irmandade Muçulmana neste sábado, enquanto o governo egípcio enfrenta o aprofundamento do caos e cogita proibir o grupo islâmico.
Três testemunhas da Reuters viram atiradores dispararem de uma janela da mesquita de Al-Fath, onde apoiadores do presidente deposto, Mohamed Mursi, se abrigaram durante os ferozes confrontos no coração da capital egípcia na sexta-feira.
Outro atirador foi exibido pela TV disparando do minarete da mesquita, e soldados do lado de fora atirando em resposta. Horas mais tarde, a polícia chegou e isolou o edifício, fazendo dezenas de prisões enquanto multidões nas ruas a saudavam.
Não ficou claro se alguém morreu nos embates - o quarto dia de violência no Egito, que deixou quase 800 pessoas mortas. Distúrbios também foram relatados na segunda maior cidade, Alexandria, onde um escritório da Irmandade Muçulmana foi incendiado.
Com a revolta crescendo dos dois lados, o primeiro-ministro Hazem el-Beblawi propôs desfazer a Irmandade, apostando alto na luta sangrenta entre o Estado e os islamitas pelo controle da nação mais populosa do mundo árabe.
"Não estamos enfrentando divisões políticas, e sim uma guerra levada a cabo por extremistas caminhando diariamente para o terrorismo", disse o conselheiro político presidencial Mostafa Hegazy a repórteres.
Se Beblawi for adiante com a proposta de banir a Irmandade, isso levaria o grupo à clandestinidade e poderia permitir detenções em larga escala de seus membros à margem da lei.
Muitos aliados ocidentais têm criticado a onda recente de mortes, incluindo os Estados Unidos, alarmados com o tumulto em um país que tem um acordo de paz estratégico com Israel e opera o Canal de Suez, uma das maiores artérias do comércio global.
Fonte: Reuters