Recepção oficial de boas-vindas do Brasil ao Papa Francisco tem a participação de 650 convidados. Do lado de fora, o governo da cidade colocou 1.500 homens e veículos blindados. A presidente Dilma Rousseff, o governador Sergio Cabral e o prefeito Eduardo Paes fizeram as honras da casa e, em seguida, o Papa se dirigiu a uma área do Palácio. Foram tocados o hino do Vaticano e do Brasil, este último acompanhado pelos convidados, enquanto o Pontífice permaneceu de cabeça baixa.
“Com grande alegria, Papa Francisco, dou-lhe as boas-vindas ao Rio de Janeiro e ao Brasil. É uma honra recebe-lo. Uma honra redobrado por se tratar do primeiro papa latino-americano”, disse a presidente Dilma Roussef, no início do discurso. “Sabemos que temos diante de nós, um líder religioso sensível”, também afirmou. Dilma disse que há semelhanças entre as lutas do Papa e dos povos que combatem a exclusão. Citou uma passagem de uma análise do Papa sobre a realidade dos mais pobres e os jovens e garantiu que, nessa questão, está unido ao Pontífice.
Dilma elogiou a parceria com as pastorais católicas no combate as injustiças e a defesa das crianças, jovens e dos direitos de outras sofredores. A presidente contou ao Papa que o Brasil tem colaborado com vários países da África no combate a fome e a pobreza e que esse tipo de iniciativa pode ter ainda mais força na construção de uma aliança global de solidariedade. “Santidade: nós, brasileiros, somos mulheres de homens de fé”, declarou a presidente mesmo considerando que é a fé está além da fé religiosa. A presidente lembrou o Papa que a realização de manifestações dos jovens nas ruas do país são frutos do avanço político do país dizendo que democracia gera mais democracia. Reconheceu que os jovens, cansados da violência, querem dar um basta às discriminações e estar engajadas nas grande lutas mundiais. Dilma considerou que a Jornada Mundial é oportunidade de renovar o compromisso dos jovens com a transformação. E, por fim, saudou o Papa e os jovens do mundo inteiro pedindo que todos se sentissem “em casa”.
Papa Francisco, serenamente, tirou os óculos, cumprimentou a todos e considerou que quis Deus que sua primeira viagem apostólica ao Brasil. “Aprendi que para ter acesso ao povo brasileiro, é preciso entrar no portal do seu coração”. Disse que pede a licença para passar uma semana com o povo brasileiro e que não traz “nem ouro e nem prata”, mas a Jesus Cristo e desejou a paz de Cristo. Cumprimentou as autoridades e diplomatas e dirigiu uma palavra de afeto aos bispos lembrando que essa sua visita outra coisa não quer do que confirmar os irmãos na fé como é a missão do bispo de Roma. “Estes jovens vindos de diversos continentes, falam línguas diferentes” e, em Cristo, encontram as respostas para suas aspirações. “Cristo bota fé nos jovens!” disse, com ênfase, o Papa. E complementou: ?também os jovens botam fé em Cristo!”.
O Papa lembrou o dito brasileiro de que os filhos são a “menina” dos olhos dos pais. Abrir espaços para o pleno desenvolvimento, dar-lhes valores sobre os quais possam construir a vida e oferecer horizonte de transcendência, foram algumas atitudes que o Papa pediu que todos ofereçam os jovens. Para finalizar, pediu empatia para estabelecer um bom diálogo com todo o Brasil lembrando que o “abraço do Papa” envolve o País inteiro
Fonte: Cnbb