O Banco Central decidiu por unanimidade nesta quarta-feira elevar a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual, para 8 por cento ao ano, acelerando o ciclo de aperto monetário.
"O Comitê avalia que essa decisão contribuirá para colocar a inflação em declínio e assegurar que essa tendência persista no próximo ano", informou o Comitê de Política Monetária (Copom) por meio de comunicado.
Com a decisão o BC mostra que está priorizando o combate à inflação, a despeito do fraco crescimento econômico no primeiro trimestre deste ano, e que vê com preocupação o aumento das expectativas de inflação, que já começaram a minar a confiança do consumidor e empresariado.
"Excelente, o movimento é bem-vindo. Isso vai ajudar o Banco Central a recuperar sua credibilidade e ancorar as expectativas de inflação", disse o economista-chefe do Goldman Sachs, Alberto Ramos.
Pesquisa da Reuters mostrou, na semana passada, que 26 de 50 bancos e consultorias consultados em todo o mundo apostavam em alta de 0,50 ponto percentual da Selic. O restante esperava aumento de 0,25 ponto, deixando claro que os agentes econômicos estavam divididos sobre o que o BC faria.
Até a terça-feira, parte dos agentes econômicos, sobretudo no mercado financeiro, esperavam que o BC acelerasse o ritmo de alta de Selic, a 0,50 ponto percentual, diante do cenário inflacionário ainda bastante preocupante.
Essa visão perdeu fôlego nesta quarta-feira, no entanto, por conta da divulgação de que a economia brasileira não acelerou no trimestre passado, ao crescer apenas 0,6 por cento sobre o período imediatamente anterior, abaixo do esperado.
Apesar do nível de atividade ainda tímido, os preços seguem registrando altas importantes, pressionados pelos alimentos. O IPCA-15, prévia da inflação oficial do país, acumula alta em 12 meses de 6,46 por cento, muito próxima ao teto da meta do governo, de 6,50 por cento pelo IPCA.
Fonte: Reuters