Na entrevista à rede de TV ABC, que vai ao ar na íntegra na noite desta terça-feira, Amanda voltou a alegar sua inocência pela acusação, da qual foi absolvida em uma revisão do caso em 2011, mas pela qual ainda poderá passar por um novo julgamento, como pedem os promotores italianos.
Questionada sobre os adjetivos que recebeu na cobertura da mídia internacional sobre o assassinato, em 2007, entre eles "diaba" e "manipuladora sem coração", Amanda afirmou que estão "todos errados".
"Eu gostaria de que me reconsiderassem como uma pessoa", afirmou a americana de 25 anos.
Novo julgamento
No mês passado, uma corte italiana reverteu sua absolvição e ordenou um novo julgamento. Seu ex-namorado italiano, Raffaele Sollecito, de 29 anos, que também foi libertado após quatRo anos de prisão em 2011, também deve ser julgado novamente.
Meredith Kercher, de 21 anos, foi encontrada morta por esfaqueamento no apartamento que dividia com Amanda em Perugia, em novembro de 2007.
Os promotores italianos alegaram que ela morreu após um jogo sexual violento que deu errado.
Outro homem - o marfinense Rudy Guede - foi condenado em um julgamento separado e cumpre uma pena de 16 anos pelo assassinato.
O caso gerou grande interesse da mídia internacional, principalmente na Itália, na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos, e colocou a polícia e o judiciário italiano sob grandes questionamentos.
'Surreal'
"Eu estava no tribunal quando eles me chamavam de diabo", afirmou Amanda na entrevista à ABC. "Uma coisa é ser chamada de certas coisas pela mídia, outra é estar sentada em um tribunal, lutando por sua vida, e ver as pessoas te chamando de diabo", disse.
"Para todos os efeitos, eu era uma assassina, fosse ou não. E eu precisava viver com a ideia de que aquela seria minha vida", comentou.
Ela afirmou ainda que o que aconteceu com ela foi "surreal", mas que é algo que "poderia acontecer com qualquer um".
A entrevista coincide com o lançamento da biografia de Amanda Knox, Waiting to Be Heard (Esperando para ser Ouvida, na tradução livre), pela qual ela teria recebido mais de US$ 4 milhões (cerca de R$ 8 milhões), segundo o correspondente da BBC em Washington David Willis.
No livro, ela mantém a versão de que na noite da morte de Meredith Kercher ela estava no apartamento de Raffaele Sollecito fumando maconha e assistindo a um filme.
Os tribunais italianos não podem forçá-la a retornar ao país para o novo julgamento, mas poderão solicitar sua extradição. Ficará então a cargo das autoridades americanas determinar se ela poderá ou não ser extraditada.
Fonte: G1 share via facebook