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Militares cercam shopping no Quênia; grupo mantém reféns por mais de 24 horas

Mundo - 22/09/2013 12:14


Após o resgate de mais de mil pessoas e a morte de outras 59, prossegue a crise dos reféns mantidos por terroristas em um shopping queniano, em Nairóbi.

O local fora tomado ontem por homens armados, em uma operação com o lançamento de granadas e o uso de armas de assalto. Houve renovada troca de tiro dentro do shopping hoje.

O governo do Quênia afirma que a entrada de forças de segurança no shopping Westgate é delicada, por haver reféns -o número não é divulgado. A ação deixou, além das vítimas, 175 feridos.

De acordo com as autoridades, há entre 10 e 15 terroristas ali. O grupo militante somali Al-Shabab, ligado à Al-Qaeda, assumiu a autoria desse ataque, justificando-o a partir da intervenção militar do Quênia na Somália.

Relatos davam conta que os esforços quenianos de resgate tinham apoio de forças israelenses. Não estava claro qual era a participação de Israel, mas imaginava-se que fosse na formulação de uma estratégia, e não com soldados.
Havia cidadãos israelenses no shopping durante o ataque, mas todos eles foram retirados em segurança.

As forças de segurança do Quênia têm o controle das câmeras de segurança dentro do shopping. A construção está cercada por soldados.

"Os jihadistas entraram no shopping Westgate hoje ao meio-dia [...] lutando contra os infiéis", escreveu o grupo Al-Shabab em sua conta na rede social Twitter. "O que quenianos estão testemunhando é justiça por crimes cometidos pelo Exército."

A Quênia luta na Somália há dois anos em combate aos militantes do Al-Shabab, como parte de uma força africana no país que lidera há anos a lista de Estados mais fracassados do globo, por seu governo ineficiente, pela fome e pela pirataria.

Essa violenta facção terrorista já havia ameaçado uma represália ao Quênia. Em 2010, a organização deixou 79 mortos em Uganda.

O shopping Westgate é considerado uma construção de alto luxo, em Nairóbi. Autoridades americanas já haviam alertado o governo sobre a possibilidade de ataques a tais pontos do país.

Em pronunciamento à nação, o presidente Uhuru Kenyatta afirmou que não irá retirar suas forças da Somália. O país, disse, "não irá desistir da guerra ao terror".

O sobrinho de Kenyatta estava no shopping e foi morto. "Muitos de nós perderam pessoas amadas."

As vítimas do shopping Westgate incluem dois cidadãos franceses, de acordo com o governo da França, que condenou o "ataque covarde". Há também um diplomata canadense entre os mortos. Não há americanos.
Fonte: Folha.com Share via facebook

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