Após se recuperar de uma complicada cirurgia na coluna, Beth Carvalho voltou aos palcos firme e forte, empunhando seu cavaquinho e soltando a voz pelo país. Muito se falou sobre o assunto. A mídia e o mercado de shows criaram expectativa em torno de como a artista se portaria em sua volta, marcada por dois shows, em setembro e outubro, um no Rio de Janeiro e outro em São Paulo.
E, como não poderia deixar de ser, Beth tirou de letra. Mesmo aparada por uma confortável cadeira, ela segurou quase duas horas de espetáculo, tocando seus maiores clássicos. “Consegui me locomover depois de mais de um ano. Dessa vez a felicidade exagerou comigo!” comemora a artista.
Doravante, a agenda de shows da artista volta a tomar forma. O manager Afonso Carvalho, da Música & Mídia, explica que as apresentações no Rio e em São Paulo foram importantes para que os contratantes sentissem que Beth está bem de saúde, em condições de assumir compromissos. “Estamos negociando datas em várias cidades”, comenta ele.
Essa volta de Beth Carvalho aos palcos fez com que a mídia “se lembrasse” dela e, consequentemente, voltasse a ressaltar sua importância para a cultura popular – no samba e no carnaval. A artista já gravou mais de 80 canções relacionadas à Estação Primeira de Mangueira e foi uma das primeiras mulheres a frequentar o Cacique de Ramos, reduto carioca de bambas. Com quase 50 anos de carreira, tem mais de 30 discos gravados e dezenas de hits. Entre as curiosidades envolvendo seu nome estão o fato de suas músicas terem sido incluídas no currículo escolar da Faculdade de Música de Kyoto (Japão) e sua voz ter ido para o espaço (no bom sentido da frase) – em 1997, a canção “Coisinha do Pai” (gravada pela cantora em 1979) foi programada pela engenheira brasileira da Nasa, Jacqueline Lyra, para ativar um robô em Marte.
E com todo esse histórico, não poderia ser diferente. No final de outubro, Afonso se reuniu com uma companhia carioca de teatro e, para 2014, está programado um musical que contará a história de Beth Carvalho. “Ela não participará do espetáculo por conta de sua agenda de shows, mas a homenagem acontecerá com atores que, através da música, contarão toda a história da artista e ressaltarão sua importância para a música do nosso país”, observa Afonso. E tem mais. O diretor Alexandre Avancini está produzindo um documentário sobre a sambista que será veiculado nos cinemas de todo o país e também no Canal Brasil.
DIVISOR DE ÁGUAS
Até o final deste ano, Beth segue apresentando seu atual show, “Nosso Samba Tá Na Rua”, baseado no álbum de título homônimo. Gravado em 2011, o projeto é emblemático por ser o primeiro a reunir canções inéditas em mais de 16 anos. “Foi uma demanda do próprio mercado. Migramos do LP para o CD e essa transição transformou regravações em uma necessidade. Quando me dei conta, tinham se passado mais de 15 anos”, detalha Beth. A importância desse projeto pode ser pontuada de acordo com os prêmios que ele recebeu. Mesmo no hospital, Beth ganhou o Latin GRAMMY e o Prêmio de Música Brasileira. “Sem dúvida foi um marco na carreira da cantora. Esse disco marca o reencontro dela com o maestro Rildo Hora e já se tornou um clássico do gênero”, analisa Afonso.
Fonte: Portal Sucesso