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Em visita ao Brasil, Kerry defende espionagem feita pelos EUA

Mundo - 13/08/2013 17:04


O secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, defendeu nesta terça-feira (13) a espionagem feita pelos Estados Unidos a diversos países e defendeu um "diálogo" com o governo brasileiro para que as autoridades entendam a iniciativa dos EUA.

O ministro Antonio Patriota (Relações Exteriores), no entanto, voltou a cobrar esclarecimentos dos EUA e disse que a falta de transparência sobre o assunto poderia causar uma "sombra" sobre a relação entre os países. Ele cobrou o fim da espionagem dos EUA em solo nacional.
Kerry cumpre agenda em Brasília hoje - após encontro com seu homólogo brasileiro, o ministro Antonio Patriota (Relações Exteriores), ele terá reunião com a presidente Dilma Rousseff.

Questionado sobre o fim da espionagem, Kerry respondeu: "Deixe-me ser transparente com vocês: eu não posso discutir questões operacionais, mas posso dizer (...) que o Congresso aprovou uma lei depois do 11 de setembro, quando fomos atacados pela Al Qaeda, e começamos um processo de tentar entender [os ataques] antes de nos atacarem", disse em coletiva de imprensa.

O secretário de Estado dos EUA defendeu um diálogo maior com autoridades brasileiras para esclarecimentos sobre o assunto e argumentou que a espionagem garante a segurança não apenas de cidadãos americanos como de todo o mundo.

"Nós vamos continuar a ter esse diálogo e vamos continuar tendo esse diálogo para ter certeza que seu governo entenda perfeitamente e esteja de acordo com o que precisamos fazer para garantir a segurança não apenas para os norte-americanos, mas para brasileiros e para as pessoas no mundo", disse em coletiva de imprensa.

Kerry argumentou que nos últimos anos "muitos inocentes foram sacrificados e mortos" e argumentou que "o que os EUA buscam fazer é evitar que essas coisas aconteçam, sabendo de antemão [o que está sendo planejado]".

SOMBRA

O tema da espionagem foi tratado ainda na fala inicial do ministro Patriota - Kerry abordou o assunto apenas posteriormente, quando questionado pela imprensa.

O chanceler brasileiro adotou um tom duro e cobrou mais explicações sobre a espionagem norte-americana. Ele ponderou, no entanto, que ter esclarecimentos não serão suficientes para atender o que o Brasil deseja.

Patriota afirmou que o caso de espionagem é um "novo desafio" para os dois países. "E caso as implicações desse desafio não sejam resolvidas de modo satisfatório corre-se o risco de se projetar uma sombra de desconfianças sobres nosso trabalho", disse.

Patriota lembrou que canais técnicos e políticos estão abertos - uma comissão técnica deve ir a Washington para tratar do assunto.

"Esclarecimentos não são um fim em sim mesmo. Ouvir esclarecimentos não significa aceitar o status quo. Precisamos descontinuar práticas atentatórias à soberania, as relações de confiança entre os estados e violatórias das liberdades individuais que nossos países tanto prezam", afirmou.
Fonte: Portal Sucesso

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